3:00 a.m
Dedos silenciosos e enferrujados, sem pratica, já não escrevem como antes.
Respirações ofegantes e compassadas, ouvidos desatentos ao som dos gritos viscerais de uma musica qualquer.
Cabeça vazia.
É incrível a capacidade do ser humano de se apegar, não só a bens materiais, a dogmas, costumes, mas a pessoas, a desconhecidos íntimos. Nas ultimas semanas tenho estranhado a forma a que me apeguei aos detalhes, as risadas abafadas pelo som do seu cobertor, aos sussurros, as conversas que rasgam a madrugada, os assuntos que simplesmente surgem, as mensagens de bom dia, as despedidas longas. Gosto de sentir isso, de por alguns segundos calafrios ter calafrio ao por os pés no desconhecido, o cuidar de ti me faz sentir vivo, afinal sou humano, gosto da vulnerabilidade e da fragilidade alheia, já que também sou um ser vulnerável.
Confesso que por medo, ou por orgulho, acabo por esconder meus sentimentos e com isso muros invisíveis são construídos. Dispus-me a mudar, a aceitar, arriscar.
Talvez eu queira a partir de hoje alguém que ajude a ocupar minhas noites, alguém em que eu tenha a segurança e a liberdade de planejar. Estou disposto a mudar minha rotina, meus hábitos, estou disposto a rever conceitos a planejar um futuro.
E mesmo que no final, se nada der certo, eu poderei dizer que não deu certo, mas que tentei que vivi que não me arrependo de nada que fiz, que disse tudo que precisava, e que te fiz feliz, mesmo que por segundos, e isso foi suficiente pra me fazer feliz também, mas não por segundos.


Põe mais um na mesa de jantar, porque hoje eu vou "praí" te ver.
E tira o som dessa TV, pra gente conversar.
Diz pro bambo usar o violão, pede pro Tico me esperar
E avisa que eu só vou chegar, no último vagão
(Além do Que se Vê - Los Hermanos)

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