Insonia II

.


4 da manhã, você não consegue parar de se contorcer sobre a cama fria, sua respiração ofegante e completamente descompassada.
O medo e a solidão são como um par de olhos na escuridão, esperando apenas o momento certo para te devorarem, como um lobo que espreita por sua presa no silencio de uma noite fria de inverno.
Agora pode sentir, não da melhor forma, a umidade formada ao redor de seus olhos. “ Isso não é nada, você diz, tentando conter o soluço reprimido bem no fundo da sua garganta.

Suas mãos, em uma triste tentativa, buscam nos travesseiros ao lado um outro alguém. Mas não ah ninguém, nem um alguém, apenas lençóis frios, e travesseiros intocados, nunca houve ninguém ali ao seu lado. Uma estranha sensação toma conta de você por alguns segundos, apenas um Deja Vu.

Você pensa em gritar desesperadamente, mas se da conta de que esta só, que ninguém irá escutar sua agonia, seu apelo.
A ausência é quem mais maltrata você no frio da madrugada solitária. Você se sente como um colecionador, um louco e estranho colecionador, que acaba de perder algo... Que nunca teve. Eu sentia um grande buraco em meu peito, uma dor pulsante e as cruéis lagrimam que agora dançam sobre sua pele, lembrando os beijos febris em sua nuca, que nunca existiram.

E todas essas confusas e perturbadoras são lentamente absorvidas pelo sono, que te envolve lentamente acolhedoramente.

0 comentaram: