O beijo. Um selo, um pacto, o momento em que nos deliciamos com apenas o toque de nossos lábios. Quentes, ofegantes, nos olhamos nos olhos, é o suficiente, pra ambos aquilo é a confirmação do que fazemos é o correto, que ninguém poderá nos julgar, nos impedir, porque aquele momento é nosso.

Tudo gira ao nosso redor, a cama marcada pelo suor de dois corpos entrelaçados, se desejando, se valendo de todos os sentidos na tentativa de guardar aquele momento. A estática corre por nosso corpo, pulsante, como as batidas de nossos corações, sem ritmo, apenas batendo, na tentativa sufocada de romper aquele peito que o reprimia.
Afogava-me em teus cabelos, na tentativa de poder sentir o cheiro de cada pedaço teu. Tuas mãos frias pincelavam minha pele, tatuando, deixando teu rastro, teu cheiro, deixando um pedaço teu em meu corpo.

Observados apenas pela lua, que emanava pequenos fios de luz prateada, apenas o suficiente para iluminar o fogo de teus olhos, que como um animal de rapina, me vigiava. Seu corpo branco como cera, ia aos poucos sendo acolhido por meus braços, que com a sutileza te abrigava, e com minhas mãos, tua pele eu acariciava, teus cabelos afagava, pra finalmente, em meus braços tu dormir em paz.


E tudo não passa de um curto devaneio das ideias. 

2 comentaram:

Nany Damasceno disse...

Observados apenas pela lua, que emanava pequenos fios de luz prateada
A lua sempre banha os sonhos.. os meus pelo menos.

Raphael Lobato disse...

Praticamente entrei na cena. É bem comum esse desespero sentimental. Nessas horas, queremos sentir muito mais de uma coisa que já estamos sentindo. Chega a ser perturbador. Uma necessidade. O intenso e o eufórico de uma noite de sexo logo é finalizado pelo doce e inocente beijo de boa noite.